3.9.06

Da minha aldeia

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
E escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
(VII - Da Minha Aldeia - Alberto Caeiro)

2 comentários:

Anónimo disse...

Da nossa aldeia vejo o por do sol mais bonito possivel, o sol a deitar-se nos "barrocos", vejo os sonhos de uma criança a nascer, vejo uma menina a tornar-se mulher, vejo por todo o lado historias de encantar e de chorar, mas sobretudo as pessoas que amo por vezes mesmo nao sendo do mesmo sangue. Vejo aquilo que o meu coraçao permite aos meus olhos ver. Vejo a minha aldeia: Castanheira

Marlene G. disse...

Ena tanta coisa q vês!! Mas é exactamente aquilo que eu vejo... E além do magnifico pôr do sol, devo dizer q uma noite a olhar as estrelas lá no cimo do "barroco2 também deixa saudades...

Será que não podemos voltar atrás? por uns momentos que seja??